parte 4/9 de Perguntas Infrequentes, ciclo #1
do you ever feel you have gone too far?*
respostas
JC: Os mapas têm sinais, não leis.
LE: Sim.
AE: Sim, algumas vezes.
Neste momento me ocorrem duas situações. Uma delas foi durante um ritual de ayahuasca em uma aldeia Huni Kuin, no Acre, em 2017. Naquela ocasião, eu já consagrava ayahuasca há pelo menos dez anos, mas a força da experiência naquele lugar foi tanta que achei que não fosse “conseguir voltar”. Precisei da ajuda de um pajé para me “refazer”.
Outra foi na Tanzânia no mesmo ano de 2017 (esse ano foi intenso, rs!). Este foi o lugar mais longíquo para onde já tinha viajado. Para chegar a essa região foi preciso pegar três aviões, sendo um deles um monomotor que parecia feito de papel. Nesse aviãozinho só havia eu, o piloto, o copiloto e um fotógrafo do tipo National Geographic, com uma câmera que parecia um canhão de um metro. Lá de cima, ao olhar a savana pela janelinha me lembro de ter pensado “se esse aviãozinho cair aqui nunca mais vão me encontrar”.
PPR: Tão perto que perdi a visão.
CR: Toda vez que o corpo não acompanha. Já foram muitas, hoje consigo parar antes.
MA: Quando sentimos o espaço, não sentimos o tempo
Ele é a flor do vazio apenas quando não estamos
O não-eu é bem perto, no espelho
CM: Nunca. Pelo menos não no sentido de ter feito um dano irreparável a alguém. Não meço esforços para atingir meus objetivos, exceto quando se trata de outras pessoas e da minha própria sanidade. Mas será que alguém é realmente são?
JG: No que não escrevi.
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* “Você já sentiu que foi longe demais?”. Muito, com gosto inclusive. Mas recebi o dom de “andar de volta”.